Entre essas duas
pequenas palavras há uma enorme diferença. Podemos explicar essa
diferença através da Bíblia e também através da história. Veja:
Viver PARA o evangelho
é amar a mensagem da boa notícia a respeito de Jesus. É entregar
sua vida e seu tempo em favor do reino de Deus e das almas que podem
ser resgatadas. É servir em tudo sem esperar nada em troca.
Já o viver DO
evangelho pode até envolver o amor e a entrega, porém tudo será
feito com o interesse de receber algo em troca.
Resumindo, a grande
diferença entre o PARA e o DO, está justamente na condição que
você coloca para anunciar o evangelho: Quanto receberei para fazer
isso?
Vejamos alguns exemplos
bíblicos de “viver PARA o evangelho”:
Jesus, nosso modelo
supremo, nunca jamais exigiu nenhum centavo por seu ensino ou por seu
sacrifício. Ele jamais esperou algo em troca, senão a fé daqueles
que o ouviam. Outro exemplo é o apóstolo Paulo que viajou e pregou
sem cobrar nada, tendo por vezes que exercer tarefas remuneradas para
obter seu sustento (At 18.1-3), mas que na maioria do tempo contava
apenas com o cuidado daqueles que queriam ajudá-lo (Fl 4.10-19).
Paulo afirma claramente “Não que eu
procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que
aumente o vosso crédito.”
Ele não
estava atrás de dinheiro por sua pregação, mas sim de pessoas
dispostas à transformação.
Exemplos de “viver DO
evangelho”:
Nos dias de hoje
vemos "pregadores" que cobram para ir nas igrejas passar
uma mensagem. Outros lançam cds ou livros e cobram direitos autorais
sobre eles e ainda afirmam ser "expressamente proibido o uso ou
a reprodução sem autorização do autor". Imagine se Paulo
tivesse usado esses mesmos parâmetros ao escrever suas cartas? Não
poderíamos usar hoje nenhum de seus textos sem antes conseguirmos
autorização prévia e também pagar direitos pelo uso desse
material. Consegue imaginar como seria?
Essas pessoas que
vendem a mensagem de Deus, veem no evangelho um meio de sustento. Se
você se recusar a pagá-lo, ele se recusa a levar a mensagem, ou se
recusa a fazer seu show, ou se recusa a dar-lhe o livro que
escreveu...
Enxergou a diferença?
Quem vive PARA o
evangelho não coloca condições para anunciar a mensagem de
salvação, mas quem vive DO evangelho, esse coloca e muitas vezes
essas condições ($$) não são baratas.
Mas não foi assim
desde o princípio (parafraseando Jesus (Mt 19.8c)). As Escrituras
nos dão o exemplo do “de graça recebeste, de graça dai” (Mt
10.7c), pois elas são livres de direitos autorais e assim dão
liberdade para que todos a usem, gratuitamente.
As Escrituras
afirmam que o bom presbítero é merecedor de salário dobrado (1Tm
5.17-18) e isso é incontestável. Exemplos aprovados também mostram
que o cuidado com os mensageiros é algo agradável a Deus, como
afirmou Paulo ao Filipenses em Fp 4.18. Essa ação de cuidado foi
aprovada pelos apóstolos, mas eles jamais pregaram o evangelho em
troca de sustento. Ao contrário, mesmo que o sustento não
aparecesse, eles estavam lá para fazer a vontade de Deus.
Trabalhavam independente daquilo que poderiam ganhar.
Essa é a diferença
entre viver PARA o evangelho e viver DO evangelho. Ao contrário de
Jesus e dos apóstolos, muitos dos “mensageiros” de hoje cobram
pelo ensino, pela informação, por seus talentos, e ainda exigem que
você peça a eles autorização antes de usar qualquer uma de suas
composições. Paulo nunca cobrou por uma de suas cartas e nem
centralizou em si mesmo a autoridade sobre elas. Ele exortava as
igrejas para que lessem e trocassem as cartas entre si livremente (Cl
4:16).
Se aceitássemos que
esse sistema atual está correto, então só nos restaria uma
pergunta: Onde estão os descendentes dos escritores bíblicos para
receberem os seus direitos autorais?