sexta-feira, 14 de março de 2014

Aniquilamento, Reencarnação, Purgação ou Ressurreição? O que a Bíblia diz?

O QUE ENSINA A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO
1. Dois longos textos fundamentam e esclarecem a doutrina da ressurreição dos mortos – 1Coríntios 15 e 1Tessalonicenses 4.
2. Quando tivermos passado pela ressurreição, não seremos do mesmo modo que somos atualmente, pois já não haverá mais distinções sexuais (Marcos 12.18-27). Deste dado bíblico, é possível inferir que teremos um corpo diferente do que temos agora.
3. Todos, bons e maus, serão ressurretos (João 5.28-29; Apocalipse 20.11-15).

B. O DESTINO ETERNO DOS INJUSTOS
1. O Inferno, o destino dos que não aceitaram a salvação dada por Deus, é sempre descrito como eterno. Desta forma, a ideia de uma ressurreição para depois ficar sob vergonha e horror eterno adapta-se perfeitamente ao relato bíblico (Daniel 12.2).
2. As imagens de destruição associadas com o futuro dos incrédulos não falam de aniquilamento, mas de contínua e ininterrupta catástrofe (Este é o sentido de 2Tessalonicenses 1.9 etc.).

C. O DESTINO ETERNO DOS JUSTOS
1. O Céu, como destino dos salvos, é sempre descrito como eterno. As mesmas palavras com respeito ao tempo e duração são usadas para descrever a salvação e a condenação: ambas são eternas.
2. Para desfrutar de um estado eterno, existe a necessidade de uma transformação do corpo pela ressurreição.
3. A ideia de um estado bem-aventurado de “almas desencarnadas” nunca é ensinado no Novo Testamento como o destino final do povo de Deus. A ressurreição significa que todo o indivíduo será resgatado e virá a viver com Deus.

CONCLUSÃO
As teorias que estudamos nesta lição são muito populares. A teoria do aniquilamento é popular, pois ajuda muitos a pensar que não há perigo além da morte: as únicas coisas a temer são as que levam à morte. As outras duas teorias, tanto a da reencarnação como a do purgatório, são parte das chamadas “teorias da segunda chance”: se não deu certo nesta vida, depois terá outra chance – certamente, muitos gostam de tais ideias. Contudo apesar das teorias humanas serem agradáveis, não são verdadeiras. O primeiro erro da humanidade foi acreditar que “É certo que não morrereis!” (Gn 3:4). Vamos tomar muito cuidado com o que é agradável ao ouvido, mas afastado da verdade.

Fonte:
A Vida Após a Morte: um estudo da escatologia do Novo Testamento (2ª. Edição) /
Álvaro César Pestana – Campo Grande, MS – Editor: Álvaro César Pestana, 2010.

terça-feira, 11 de março de 2014

Aniquilamento, Reencarnação, Purgação ou Ressurreição? O que a Bíblia diz?

O QUE ENSINA A DOUTRINA DO PURGATÓRIO
1. A base “bíblica” para a doutrina do purgatório é muito fraca. O texto fundamental encontra-se no livro apócrifo chamado Segundo Macabeus (2Macabeus 12.39-46). Mesmo neste texto, não se cita o nome “Purgatório”, mas apenas descreve a tentativa de “purificar os mortos de seus pecados”.
2. Purgatório seria mais uma condição do que um lugar.
3. Vários textos são apresentados como tentativas de justificar a doutrina do purgatório: Mateus 5.25-26; 1Coríntios 3.10-15; Mateus 12.31-32; Lucas 12.47,48.

REFUTAÇÃO DA DOUTRINA DO PURGATÓRIO
1. Não é possível mudar de condição, uma vez no mundo dos mortos (Lucas 16.19-31). A ressurreição leva a dois destinos e não três (ou mais) (João 5.28- 29).
2. O sangue de Jesus é que purifica o pecado e não o sofrimento humano: 1João 1.5-7; Hebreus 10.14, 17; João 14.6; 1Timóteo 2.5; 1Pedro 1.19; 2.21,24; 3.18. Se os sofrimentos após a morte purificam pecados, então Cristo não é o único nome pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4.12).
3. Macabeus é apócrifo (Esta obra, além de não apresentar provas internas e externas de ser inspirada por Deus, nunca fez parte da Bíblia Hebraica que Jesus aprovou e usou). Não pode ser usado para estabelecer uma doutrina controvertida uma vez que ele mesmo não está livre de controvérsia.
4. O pecado pelo qual o texto de 2Macabeus ali manda orar e sacrificar para obter perdão é, segundo a doutrina romana, o “pecado mortal” da idolatria do qual não se pode livrar por pena de purgatório.
5. Nenhum texto citado fala de purgatório: Mateus 5.25-26 é parábola sobre fazer o que é certo antes do juízo; 1Coríntios 3.10-15 fala da obra evangelística que se perde e não de um obreiro que porventura venha a se perder; Mateus 12.31-32 não supõe que haveriam pecados perdoados no porvir; o provérbio de Lucas 12.47,48 fala de responsabilidade dos que conhecem e não de salvação para os ignorantes. Sobre os ignorantes veja 2Tessalonicenses 1.8-9.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Aniquilamento, Reencarnação, Purgação ou Ressurreição? O que a Bíblia diz?

O QUE ENSINA A DOUTRINA DA REENCARNAÇÃO
Usa João 3.3 tentando afirmar que o “novo nascimento” é um nascimento do ventre materno, ou seja, nascer segunda vez, nascer da carne novamente. O caso de Elias e João Batista é invocado para dizer que o último era a reencarnação do primeiro. 
O termo ressurreição é mal interpretado e utilizado para significar reencarnação, como se fossem termos sinônimos. 
A doutrina do “karma”, ou seja, da retribuição dos feitos de uma vida em outra é defendida com base em João 9.1-3. Na verdade, com estes e alguns outros poucos textos, não há base para falar do assunto biblicamente.

REFUTAÇÃO DA DOUTRINA DA REENCARNAÇÃO
1. Refutação do caso de João 3.3. O contexto mostra que o novo nascimento é o batismo (João 3.5), que nascer da carne não muda nada (João 3.6-7) e que um segundo nascimento não era cogitado nem por Nicodemos (João 3.4).
2. Refutação do caso de Elias - João Batista: Mateus 11.13,14; 17.10-13; Marcos 9.11-13; Lucas 1.13-17. Assim como Eliseu não era a reencarnação de Elias (2Reis 2.9-18) assim nem João (João 1.19-21). De fato Elias não “desencarnou”. João Batista é descrito como um profeta no estilo e no tipo do profeta Elias: a linguagem bíblica fala “no Espírito e no Poder de Elias” para dizer isto. Por outro lado, em termos individuais, João Batista era um indivíduo singular. Negou ser o próprio Elias, mas aceitou ser o “novo Elias” profetizado no Velho Testamento. Elias não poderia reencarnar, pois pela Bíblia, não morreu, mas foi trasladado e quando apareceu no monte da transfiguração de Jesus, mantinha seu nome de Elias e não o nome da “última reencarnação” - Pedro, Tiago e João conheciam pessoalmente João Batista, mas chamaram de Elias ao companheiro de Moisés que falava com Jesus.
3. Ressurreição e reencarnação são termos diferentes. Ressurreição é anastasis e dois termos usados pelos pagãos para falar do que chamaríamos de reencarnação são metempsychosis e palingenesia. O primeiro significa “transmigração das almas” e o outro “renascimento”. O primeiro não aparece no Novo Testamento. O segundo é usado com respeito ao batismo cristão (Tito 3.5) e para falar da renovação escatológica de todas as coisas por Jesus (Mateus 19.28).
4. Refutação do caso de João 9.1-3. Em primeiro lugar, a Bíblia nega a doutrina de nascer com pecado: Ezequiel 18; João 9.1-3; Marcos 10.13-16. Em segundo lugar, a ideia de nascer com pecado, no judaísmo, desenvolveu-se do pensamento que no útero materno as crianças já podiam pecar (Como o caso de Jacó e Esaú lutando no ventre materno: Gênesis 25.22-26). Isto não era devido às supostas vidas anteriores, pois o judaísmo tradicional não acatava esta doutrina. 
5. De fato a Escritura afirma que temos uma só vida (2Coríntios 5.10). O que fazemos por meio do “corpo” é a base da avaliação no Dia do Juízo. Também a Escritura afirma que teremos uma só morte (Hebreus 9.27). O termo grego hapax traduzido “uma vez” ou “uma vez por todas”, mostra que não há espaço na revelação divina para a ideia de uma segunda ou mais vidas. 
7. Para todos os homens, a Escritura afirma que haverá uma só ressurreição (João 5.28-29). O dia da ressurreição é único e envolve a todos no mesmo momento. Quando os espíritas tentam usar a palavra ressurreição para falar de reencarnação, tropeçam no fato que a ressurreição bíblica é um evento final, único e simultâneo para todos os homens, sem distinção. A ressurreição anuncia dois destinos eternos: condenação ou vida.

Fonte:
A Vida Após a Morte: um estudo da escatologia do Novo Testamento (2ª. Edição) /
Álvaro César Pestana – Campo Grande, MS – Editor: Álvaro César Pestana, 2010.

sábado, 8 de março de 2014

Aniquilamento, Reencarnação, Purgação ou Ressurreição? O que a Bíblia diz?

Quando se fala dos mortos e de seu estado, há uma série de teorias e doutrinas que tem ampla divulgação humana e nenhuma base na revelação divina. Este estudo visa expor resumidamente estes ensinos e mostrar o que a Bíblia ensina nestes assuntos.

Vamos expor um tema por dia:

O QUE ENSINA A DOUTRINA DO ANIQUILAMENTO
Morte como estado de “inconsciência inativa”, ou seja, os mortos estariam sem consciência, sem existência própria. - Gênesis 3.19; Eclesiastes 3.19,20; 9.5,10; Salmos 6.5; 146.4
Morte como dormir, sendo que para eles, dormir significa um vácuo de existência, um nada – Daniel 12.2; João 11.11-14; 1Coríntios 15.16-18; 1Tessalonicenses 4.16
Morte da alma, ou seja, ela cessaria de existir - Ezequiel 18.4; Atos 3.23
Aniquilamento final - há quem pense em uma destruição final dos injustos, eles serão ressurretos para serem aniquilados.

REFUTAÇÃO DA DOUTRINA DO ANIQUILAMENTO
Os mortos estão conscientes, no mundo dos mortos. Embora sua vida seja pálida e sem a mesma descrição da vida neste mundo, há esperança de grande conforto lá, sobretudo na revelação cristã. Compare os textos e perceba o progresso da esperança no cristianismo: Salmos 22.26; Isaías 14.9,10; Ezequiel 32.21; Lucas 16.25; 20.38 (e paralelos); 23.43; João 11.26; Romanos 8.38-39; 14.8,9; 2Coríntios 4.18; 5.6-8; Filipenses 1.21-23; Apocalipse 6.9-10 2. Moisés e Elias: “um morto” e um vivo vieram falar com Jesus. Se a existência após a morte é nada, de onde veio Moisés? Se não há existência além deste mundo, onde estava Elias que não morreu? Deus teria aniquilado seu servo? Mateus 17.1-8

As trasladações de Elias e Enoque são evidências primitivas da vida após a morte. De fato, foi Jesus quem revelou a vida e a imortalidade (2Timóteo 1.10), mas o fato destes dois homens não morrerem indicava que há vida além desta vida e que Deus tem algo muito bom reservado para os seus. O que aconteceu com Enoque e Elias é uma primeira revelação de que há vida após a vida humana na terra.
Os mortos estão “dormindo” em relação a este mundo. Isto não significa que eles estejam em completo aniquilamento, afinal, a metáfora do sono aplica-se ao morto no sentido que, para nós, eles parecem estar dormindo um longo sono. Contudo, sabemos que quem dorme sonha, ouve, pensa e está consciente para si e não para nós. Assim, a metáfora não pode ser traduzida como “não existência” nem como “não consciência”, mas como “não envolvimento nas coisas desta vida”.
O livro de Eclesiastes que é sempre citado como apoio ao ensino do aniquilamento deve ser entendido como escrito do ponto de vista do que ocorre “debaixo do céu”, e não de toda a realidade espiritual possível. No fim do livro ele afirma que “o Espírito volta a Deus que o deu” (12.7) e afirma também que haverá julgamento do que foi feito: logo, deve haver retribuição, tanto recompensa como castigo. Assim, o livro faz observações sobre o que parece acontecer, mas ao fim afirma que o que vai acontecer deve guiar nossa vida presente.


Fonte:
A Vida Após a Morte: um estudo da escatologia do Novo Testamento (2ª. Edição) /
Álvaro César Pestana – Campo Grande, MS – Editor: Álvaro César Pestana, 2010.