segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Judaizantes não, por favor!

Esse foi o teor de grande parte das repreensões do apóstolo Paulo durante o primeiro século d.C..
Os judeus carregaram o peso da Lei por ±1500 anos, e nem mesmo eles conseguiram suportá-lo (At 15.10).
A morte de Jesus foi um grande alívio para os judeus que enxergaram que Ele encerrou a Lei encravando-a na cruz (Cl 2.14). Assim também foram eliminados todos os seus rituais. Segundo Paulo, a Lei serviu (e serve) para aqueles que são crianças na fé (Gl 3.23-25). Isso porque a Lei não justifica ninguém, mas apenas ressalta aos olhos humanos o grande problema do pecado.

Se o ensino do Novo Testamento é tão claro no combate às práticas da Lei, porque tantas "igrejas" e "pastores" sentem prazer em restaurar esses elementos incompletos que trazem à memória a Lei e a cultura judaica?
"Igrejas" modernas possuem em seus "templos" cópias dos utensílios do tabernáculo. Arcas da Aliança, candelabros, trombetas, etc... Tudo isso parece ser o princípio de uma adoração pagã voltada às coisas visíveis, ou seja, é crença e não FÉ verdadeira.

Não orgulhe-se desses rituais rudimentares (Gl 4.8-10). Ao contrário, sinta vergonha se essas práticas são comuns em sua "igreja". Após a morte de Jesus, o povo de Deus são os discípulos de Cristo (1Pe 2.9) e os judeus que não creram no Messias perderam sua parte nas promessas feitas a Abraão (Jr 5.23-31).

SEJAMOS SIMPLESMENTE CRISTÃOS!!

domingo, 18 de janeiro de 2015

Septuaginta: a primeira tradução das Escrituras

   A história tradicional da tradução do Antigo Testamento para o grego é relatada na Carta de Aristéias ao seu irmão Filócrates. Ptolomeu II do Egito (285-246 a.C.) desejava que todas as obras literárias fossem traduzidas para o grego. Assim, enviou uma carta ao bibliotecário real, Demétrio de Fálaro, autorizando-o a coletar, por meio de cópia ou aquisição, todos os livros do mundo. Também escreveu uma carta para Eleazar, o sumo sacerdote em Jerusalém, requisitando seis anciãos de cada tribo, num total de setenta e dois homens, que tivessem vida exemplar e fossem eruditos na lei, para traduzir o AT para o grego. Chegando a Alexandria (Egito), os tradutores foram recebidos pelo rei com um banquete magnífico e, depois, enclausurados numa casa à beira-mar na ilha de Faros.
   A tradução, feita sob direção de Demétrio, foi completada em setenta e dois dias. Quando a comunidade judaica de Alexandria se reuniu para ouvir a leitura na nova versão, Demétrio e os tradutores receberam louvores profusos e uma maldição foi pronunciada contra qualquer um que alterasse o texto, quer por acréscimo, transposição ou omissão. A obra foi lida para o rei e, de acordo com a Carta de Aristéias, ele se maravilhou com a mente do legislador. Em seguida, os tradutores foram enviados de volta à Jerusalém com presentes para si e para o sumo sacerdote, Eleazar.
Gerações posteriores enfeitaram a história. No século I d.C., Filo de Alexandria escreveu que os textos dos tradutores concordavam rigorosamente entre si, comprovando que a versão para o grego havia sido diretamente inspirada por Deus. Essa tradução foi chamada de "Septuaginta", do termo em latim para "setenta".
   O patronato de Ptolomeu II pode ser observado na própria Septuaginta. Ao relacionar os animais impuros, os tradutores tiveram o cuidado de não usar o termo comum em grego para "lebre" (lagos) - o apelido do pai de Ptolomeu II - e o substituíram por "leitão" em Levítico 11.6 e "dasúpoda" em Deuteronômio 14.7. Posteriormente, a versão grega traduzida por Áquila não teve nenhuma restrição no uso do termo "lebre".
   É provável que a história real das origens da Septuaginta tenha sido diferente daquela relatada na Carta de Aristéias. Depois de vários séculos vivendo no Egito, muitos judeus começaram a esquecer o hebraico. A princípio, foram improvisadas traduções orais da lei para o grego que,posteriormente, foram registradas por escrito. É provável, portanto, que a Septuaginta tenha sido traduzida por várias pessoas entre os séculos III e I a.C., porém Ptolomeu II pode ter comissionado pelo menos a tradução do Pentateuco (os cinco primeiros livros).
   A septuaginta não foi bem recebida por todos os judeus. "Foi um dia tão abominável para Israel quanto o dia da confecção do bezerro de ouro, pois é impossível traduzir a Torá com exatidão" (Massekhet Sopherim - Tratado para Escribas 35a, Regra 1.7).
   A Septuaginta é uma obra de valor inestimável. Depois das conquistas de Alexandre, o Grande (336-323 a.C.), o grego se torno língua oficial do Egito, Síria e outras regiões da parte oriental do Mediterrâneo. A Septuaginta passou a ser a Bíblia dos judeus que moravam fora da Palestina e, como os alexandrinos, não falavam mais o hebraico. As Escrituras se tornaram acessíveis não apenas para os judeus que não falavam mais a língua de seus ancestrais, mas também para todo o mundo de fala grega. Como Bíblia da igreja cristã primitiva de fala grega a Septuaginta é citada com frequência no Novo Testamento.

Artigo retirado do livro Atlas Histórico e Geográfico da Bíblia / Paul Lawrence - Editora SBB, 2008

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O TRAJETO DO TABERNÁCULO

Alguma vez você já se perguntou onde foram parar os objetos do Tabernáculo de Deus após o assentamento dos israelitas na terra de Canaã? 
Veja essas dezessete referências e esclareça a pergunta:

- DO SINAI À CONSTRUÇÃO DO PRIMEIRO TEMPLO -

1. Todos os itens do Tabernáculo foram construídos num período aproximado de 10 meses, durante o acampamento dos israelitas no Sinai (Ex 25-31, 35-40);
2. Após 1 ano 2 meses e 20 dias o povo desarmou o Tabernáculo e carregou-o na jornada até a terra prometida (Nm 10.11, 17);
3. Após 40 anos, quando chegaram à beira do Jordão, o povo mostra que os objetos realmente estavam sendo levados (Js 3.1-17);
4. No final do período de Juízes, aproximadamente 300 anos depois, o Tabernáculo estava na cidade de Siló (1Sm 1.3,9);
5. Nessa época os israelitas entraram em confronto com os filisteus e Hofni e Finéias, filhos do sacerdote Eli, levaram a Arca da Aliança para o campo de batalha (1Sm 4.3-5);
6. Ao vencer os israelitas, os filisteus roubaram a Arca e dirigiram-se para conquistar a cidade de Siló (1Sm 4.10-11);
7. Para defender o restante dos itens do Tabernáculo, os israelitas levaram as peças para a cidade de Gibeão (1Cr 21.29);
8. Os filisteus enviaram a Arca roubada para sua cidade de Asdode (1Sm 5.1);
9. Por recair maldição sobre seus moradores, levaram-na para a cidade de Gate, fazendo-a passar por Gaza e Asquelom (1Sm 5.8; 6.17);
10. Por recair maldição também sobre esses moradores, enviaram a Arca para a cidade de Ecrom (1Sm 5.10);
11. Após serem amaldiçoados por sete meses ao todo, os filisteus devolveram a Arca e ela foi levada pelos bois até a cidade de Bete-Semes (1Sm 6.10-12);
12. Setenta levitas de Bete-Semes foram mortos pois olharam para dentro da Arca da Aliança e por isso enviaram-na para Quiriate-Jearim (1Sm 6.19-21);
13. Em Quiriate-Jearim a Arca ficou na casa de Abinadabe por 20 anos (1Sm 6.1; 7.1-2);
14. Quando Davi conquistou a cidade de Jerusalém, tentou levá-la para lá, mas com a morte de Uzá, a Arca acabou passando 3 meses com Obede-Edom (1Cr 13.5-14);
15. Após esses 3 meses, Davi levou-a definitivamente a Jerusalém (1Cr 15.25-29; 2Cr 1.4);
16. Quando Salomão assumiu o reinado, trouxe o restante dos itens do Tabernáculo que estavam em Gibeão para Jerusalém (2Cr 1.1-6);
17. Em posse do Tabernáculo e da Arca, Salomão constrói o Templo (1Rs 6.1; 2Cr 3.1-2).

“O tabernáculo deu lugar no devido tempo a um símbolo mais permanente da habitação de Deus no meio de seu povo – o templo. O templo, por sua vez, deu lugar à expressão final e completa da presença de Deus, isto é, a pessoa de Jesus Cristo.”
Trecho retirado do livro “Revelação Messiânica no VT” de Gerard Van Groningen. Ano 1995